sábado, março 04, 2006

James Arminius

Arminius tem sido motivo de repulsa entre muitos reformados, comumente entre as comunidades reformados nas redes sociais observamos o desprezo para com James Arminius. Caricaturas de Arminius com face de burro, é tema em muitas comunidades. Por exemplo, entre os diversos artigos lidos na internet, li que Arminius morreu louco. Muitas são as inverdades escritas sobre este que tem despertado repulsa entre muitos reformados ou calvinistas.

Se me perguntarem se sou arminiano, respondo que não. Se me perguntarem se sou calvinista, respondo que não. Pois, ser arminiano ou calvinista implica afirmar posições que são contraditórias, dependendo de quem analisa ou critica. Para certos calvinistas ser arminiano é ser herege, e para certos arminianos ser calvinista é ser contraditório ou fatalista. Pelo menos os arminianos são mais abertos ao diálogo se tratando de certos fundamentos.

Após ler certos artigos comecei a ter certa repulsa por Arminius, não conhecia sua obra, apenas as críticas. Porém, depois de ter um contato com seus escritos e ler artigos biográficos, cheguei a conclusão que ele não é o que dizem ele ser. Para começar ele teve o privilégio de ser instruído por Theodore Beza, que dele afirmou "Faço conhecido que, do tempo que Arminius retornou a nós de Basel, sua vida e inclinação têm o nosso consentimento, que esperamos o melhor dele em todos os aspectos, se ele firmemente persistir no mesmo curso, que, pela graça de Deus, não duvidamos que ele assim fará." Mas, tenho que concordar que seus ensinos entraram em confronto com a Teologia Reformada, pediu o sínodo, entretanto só depois de sua morte foi formado, estava morto e impossibilitado de se defender.

Dos erros que os arminianos foram acusados, os mesmos se defenderam como bem observou Wesley "Os erros que eles foram acusados (usualmente chamados arminianos) por seus oponentes, são cinco: (1.) Que eles negam o pecado original; (2.) Que eles negam a justificação pela fé; (3.) Que eles negam a predestinação absoluta; (4.) Que eles negam que a graça de Deus seja irresistível; e, (5.) Que eles afirmam que um crente possa cair da graça. Em relação às duas primeiras destas acusações, eles alegaram que não eram culpados. Elas são inteiramente falsas. Nenhum homem que já viveu, nem o próprio João Calvino, jamais expressou o pecado original, ou a justificação pela fé, em termos expressos mais fortes e mais claros, do que Arminius. Estes dois pontos, por isso, estão fora de questão: estes, ambos os partidos concordam. Neste respeito, não há a mínima diferença entre o sr. Wesley e o sr. Whitefield." Para texto completo clique aqui.

Como já afirmei, não sou arminiano, talvez sim. Sou calvinista, talvez não. Não gosto de títulos, apesar de usá-los. Cá pra nós, não posso negar que concordo com essa posição de Arminius "Que Deus nos conceda que possamos concordar plenamente nessas coisas que são necessárias para Sua glória e para a salvação da igreja; e que, nas outras coisas, se não puder haver harmonia de opiniões, que haja ao menos harmonia de sentimentos, e que possamos 'guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz'".