O mal me inquieta. Pergunto-me o porquê do sofrimento na humanidade. Qual o motivo para tantos sofrimentos, males e dores? Pergunto por que sou cristão. Deus, como Onipotente que Ele é, onde está? Muito já foi escrito sobre o assunto, livros procuram dissecar a relação entre Deus e o mal, e nessa busca ou angústia uns afirmam “Deus é autor do pecado”, ou seja, do mal, e se sentem tranquilos com tal posicionamento. Para outros tão posição é uma blasfêmia! Não é simplesmente o dizer "é" ou "não é", e o artigo não tem por objetivo esgotar a temática, mas fazer uma brevíssima introdução.
Deus é o autor do mal? Alguns dizem que sim. Todavia Ele é o Bem Maior! Creio que Deus não é o autor do mal, mas em quais alicerces está a minha crença? Como explicar a maldade humana? Se Deus é Soberano, e é Soberano, como bom, não põe um fim no sofrimento humano, não muda o destino infeliz que muitos estão fadados? Seria Deus um déspota? Entre as grandes questões, há a "predestinação" e o "livre-arbítrio". O que significam?
Calvino, o grande teólogo da Reforma, sobre a predestinação, escreveu: “Chamamos predestinação ao eterno decreto de Deus, pelo qual determinou em si mesmo o que ele quis que todo indivíduo do gênero humano viesse a ser. Porque eles não são criados todos com o mesmo destino; mas, para alguns é preordenada a vida eterna, e para outros, a condenação eterna. Portanto, sendo criada cada pessoa para um ou outro destes fins, dizemos que é predestinada ou para a vida ou para a morte” (Calvino, Institutas, Livro III, Cap. XXI, § 5). Como explicar as afirmações de Calvino? Se uns nasceram para vida e outros para morte, simplesmente cumprem uma biografia pré-natal? Ora, se uns foram predestinados para a morte, eis o porquê de toda maldade, a explicação para o sofrimento! Se uns sofrem e outros não, é uma escolha que não pode ser feita, como disse Calvino: "determinou em si mesmo o que ele quis que todo indivíduo do gênero humano viesse a ser". Se aceitarmos o determinismo como resposta, temos que concordar: "A queda de Adão, o adultério de Davi, o estupro que acabou com a honra da mocinha, o holocausto de Hitler, o genocídio de Ruanda, o tiro que matou o suicida, o intocável que morre nas calçadas de Calcutá. A constituição genética de todos os seres humanos foi escrita e determinada por Deus e todos já nasceram com suas vidas prontas" (Ricardo Gondim, A Liberdade). Tenho problemas com o determinismo, Deus não determinou a desgraça para alguns aqui e o paraíso para outros, não consigo conceber o "deus" dos medievais.
E o livre-arbítrio? O vocábulo tem sido o divisor de águas entre os Calvinistas e Arminianos nos últimos séculos. Dobro os joelhos e agradeço a Deus por ter-me agraciado com sua preciosa salvação, porém tenho tido dificuldades para aceitar o determinismo calvinista, pois não consigo desvinculá-lo do mal. Na Confissão de Fé Batista de 1689, no capítulo 9, lemos "Deus dotou a vontade humana com a liberdade e o poder natural de agir por escolha, sem ser forçada ou predeterminada por alguma necessidade natural para fazer o bem ou o mal (Mt. 17.12; Tg. 1.14; Dt. 30.19)." Nas palavras de Arminius "Esta é a minha opinião sobre o livre-arbítrio do homem: Em sua condição primitiva, conforme ele saiu das mãos de seu criador, o homem foi dotado de tal porção de conhecimento, santidade e poder, que o capacitou a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o bem verdadeiro, de acordo com o mandamento a ele entregue. Todavia nenhum destes atos ele poderia fazer, exceto através da assistência da Graça Divina. Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de e por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina." (James Arminius, Sobre o livre-arbítrio do homem)
O livre-arbítrio nos faz compreender o porquê da depravação humana ou do sofrimento na humanidade. Deus criou homens livres e com liberdade. Após a queda, temos homens livres, mas que não mais possuem liberdade. O homem está depravado e incapaz de pelos seus esforços alcançar a fé e o arrependimento, porém não faz o que Deus determinou ou preordenou, mas o que o pecado determina ou ordena, "Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; a sua boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Nos seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante dos seus olhos." Rm 3.12-18.
O mal tem sua raiz no pecado, e nele encontramos suas consequências. Sua origem no universo encontra-se em Lúcifer e na humanidade em Adão. Lúcifer e Adão, dois vocábulos, dois conceitos, um oceano de inquietações, lados distintos que se encontram em um único lugar, no que chamamos simplesmente de MAL.
Deus é o autor do mal? Alguns dizem que sim. Todavia Ele é o Bem Maior! Creio que Deus não é o autor do mal, mas em quais alicerces está a minha crença? Como explicar a maldade humana? Se Deus é Soberano, e é Soberano, como bom, não põe um fim no sofrimento humano, não muda o destino infeliz que muitos estão fadados? Seria Deus um déspota? Entre as grandes questões, há a "predestinação" e o "livre-arbítrio". O que significam?
Calvino, o grande teólogo da Reforma, sobre a predestinação, escreveu: “Chamamos predestinação ao eterno decreto de Deus, pelo qual determinou em si mesmo o que ele quis que todo indivíduo do gênero humano viesse a ser. Porque eles não são criados todos com o mesmo destino; mas, para alguns é preordenada a vida eterna, e para outros, a condenação eterna. Portanto, sendo criada cada pessoa para um ou outro destes fins, dizemos que é predestinada ou para a vida ou para a morte” (Calvino, Institutas, Livro III, Cap. XXI, § 5). Como explicar as afirmações de Calvino? Se uns nasceram para vida e outros para morte, simplesmente cumprem uma biografia pré-natal? Ora, se uns foram predestinados para a morte, eis o porquê de toda maldade, a explicação para o sofrimento! Se uns sofrem e outros não, é uma escolha que não pode ser feita, como disse Calvino: "determinou em si mesmo o que ele quis que todo indivíduo do gênero humano viesse a ser". Se aceitarmos o determinismo como resposta, temos que concordar: "A queda de Adão, o adultério de Davi, o estupro que acabou com a honra da mocinha, o holocausto de Hitler, o genocídio de Ruanda, o tiro que matou o suicida, o intocável que morre nas calçadas de Calcutá. A constituição genética de todos os seres humanos foi escrita e determinada por Deus e todos já nasceram com suas vidas prontas" (Ricardo Gondim, A Liberdade). Tenho problemas com o determinismo, Deus não determinou a desgraça para alguns aqui e o paraíso para outros, não consigo conceber o "deus" dos medievais.
E o livre-arbítrio? O vocábulo tem sido o divisor de águas entre os Calvinistas e Arminianos nos últimos séculos. Dobro os joelhos e agradeço a Deus por ter-me agraciado com sua preciosa salvação, porém tenho tido dificuldades para aceitar o determinismo calvinista, pois não consigo desvinculá-lo do mal. Na Confissão de Fé Batista de 1689, no capítulo 9, lemos "Deus dotou a vontade humana com a liberdade e o poder natural de agir por escolha, sem ser forçada ou predeterminada por alguma necessidade natural para fazer o bem ou o mal (Mt. 17.12; Tg. 1.14; Dt. 30.19)." Nas palavras de Arminius "Esta é a minha opinião sobre o livre-arbítrio do homem: Em sua condição primitiva, conforme ele saiu das mãos de seu criador, o homem foi dotado de tal porção de conhecimento, santidade e poder, que o capacitou a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o bem verdadeiro, de acordo com o mandamento a ele entregue. Todavia nenhum destes atos ele poderia fazer, exceto através da assistência da Graça Divina. Mas em seu estado caído e pecaminoso, o homem não é capaz, de e por si mesmo, pensar, desejar, ou fazer aquilo que é realmente bom; mas é necessário que ele seja regenerado e renovado em seu intelecto, afeições ou vontade, e em todos os seus poderes, por Deus em Cristo através do Espírito Santo, para que ele possa ser capacitado corretamente a entender, avaliar, considerar, desejar, e executar o que quer que seja verdadeiramente bom. Quando ele é feito participante desta regeneração ou renovação, eu considero que, visto que ele está liberto do pecado, ele é capaz de pensar, desejar e fazer aquilo que é bom, todavia não sem a ajuda contínua da Graça Divina." (James Arminius, Sobre o livre-arbítrio do homem)
O livre-arbítrio nos faz compreender o porquê da depravação humana ou do sofrimento na humanidade. Deus criou homens livres e com liberdade. Após a queda, temos homens livres, mas que não mais possuem liberdade. O homem está depravado e incapaz de pelos seus esforços alcançar a fé e o arrependimento, porém não faz o que Deus determinou ou preordenou, mas o que o pecado determina ou ordena, "Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; a sua boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Nos seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante dos seus olhos." Rm 3.12-18.
O mal tem sua raiz no pecado, e nele encontramos suas consequências. Sua origem no universo encontra-se em Lúcifer e na humanidade em Adão. Lúcifer e Adão, dois vocábulos, dois conceitos, um oceano de inquietações, lados distintos que se encontram em um único lugar, no que chamamos simplesmente de MAL.