quinta-feira, julho 19, 2007

Dúvidas...

Quem nunca teve sua fé bombardeada? Sim, e quem nunca saiu ferido no bombardeio? Perguntas sem respostas e que insistem em continuarem sem respostas, segredos, enigmas que nem os mais sábios nos dão respostas claras, apenas lampejos em densas trevas.

Ferida, a fé sobrevive, pois “o justo viverá da fé”, Rm 1.17. Se nos tirarem a fé nos tiram o sopro divino que nos alenta. A dúvida não é oposta a fé, muito pelo contrário, é uma coluna se a compararmos a um edifício, ou as pernas que a faz caminhar. Só há fé, onde há dúvida, só há dúvida onde não há respostas, só não há respostas onde há Deus. Para Deus não há respostas, só existe a fé.

Creio em Deus, no Deus que a Bíblia revela. Não! Minha concepção de Deus está equivocada, pois creio no Deus que meus olhos vêem na Bíblia, mas meus olhos são doentes, o que vejo é o que as lentes da igreja, da religião, da história, do tempo... permitem enxergar. Uma vida que é um figurino, vestindo o traje de acordo com a peça. Uma vida que precisa ser despida da igreja, da religião, do mundo, para tentar decifrar as grandes questões, dos quais já se sabe a resposta... Não tem resposta, é uma busca sem fim, um poço sem fundo, um rio de inquietações, um mar de dúvidas. Mas se houver um fim no poço, quietude no rio, respostas no mar de dúvidas? Talvez, quem sabe ao certo? Apenas sei que em meio ao bombardeio, a fé sempre viva, continua sua trajetória, pois a dúvida é a razão de sua existência.

Até onde eu vou? Não sei.

quarta-feira, abril 18, 2007

Sede de Beleza

Santo Agostinho

Há atração num corpo belo, no ouro, na prata e em coisas similares. A sintonia da carne com o que toca é importante para o tato; da mesma forma, os outros sentidos são estimulados pelo objeto. Mesmo as honras do mundo e o poder de dominar têm sua dignidade, ainda que proveniente do desejo de vingança. Todavia, para conseguir tudo isso não é preciso afastar-se de ti, Senhor, nem desviar-se de tua lei. A vida deste mundo tem seu fascínio, tecido pelo liame que cria com todas as pequenas coisas belas. Santo Agostinho - Confissões - Livro II, 5.10.

Citado no site de Ricardo Gondim