sábado, abril 04, 2009

Apenas notas...

Esforço-me para escrever as inquietudes da minha frágil alma. E não são poucas as ocasiões em que estou diante da tarefa de escrever e simplesmente não escrever nada! Admiro os poetas da escrita, ou melhor, os compositores da escrita, pois seus textos são verdadeiras composições musicais, música para o espírito, suaves notas.

Mas porque a dificuldade? Será escrever talento? Como os grandes músicos que fizeram história? Talvez medo. Ou os motivos que nos fazem escrever. No meu caso para ninguém ou para os poucos que param para ler essas linhas, leitores que lêem pelo prazer da leitura, ou como eu, almas inquietas com suas dúvidas, frustrações. Ou simplesmente procurando uma melodia que acalente seu espírito e para esses digo: não me tornei músico da escrita, mas um apaixonado, um amador, que só compõe notas desafinadas, mas que agradece a singela atenção.

O que nos faz escrever? Apenas para compartilhar o que borbulha em nossa alma, ou o que precisa ser compartilhado... E o que não deve ser compartilhado? Na verdade nem sempre a música agrada a todos os ouvidos, os diversos ritmos atraem uns e afastam outros. Da mesma forma os escritores tem em companhia os que se apaixonam pelos seus escritos e os que odeiam. E se expor é procurar aliados e também inimigos, infelizmente. Assumir nossas fraquezas é ir contra os fundamentos da “religião”, ou mais precisamente do evangelho triunfalista. Se considerar fraco é o bastante para lhe enquadrarem entre os vencidos pelo diabo. Porém, não posso ir contra a minha consciência e ela me diz que sou pecador, fraco, pobre de espírito... E por mais que aparentemente não, ela se encontra aliada as Escrituras que nos diz “Todos pecaram”.

Certezas e dúvidas, acertos e erros, vitórias e derrotas, alegrias e tristezas... Um turbilhão que sacode a alma! São muitas as razões que nos fazem escrever. Por exemplo, agora escrevo e pergunto porque escrever? Apesar de não ter talento para o que considero arte continuo tentando, quem sabe com esforço e dedicação um dia não componho uma sinfonia de palavras? Permita-me sonhar e delirar um pouco. Mas se encontram inspiração no que aparentemente é insignificante, não encontraria eu inspiração na minha cansada e inquieta alma?

Como ainda não sou músico das palavras, eis aqui notas, apenas notas sem harmonia...

Um comentário:

Jorge Oliveira disse...

Se me permites a ousadia, devias escrever mais.
Gosto do blogue.
Abraço